quinta-feira, 31 de março de 2011

Tapanã, Cremação e Marco lideram casos de dengue

Um balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) aponta que os bairros do Tapanã, Cremação, Marco, Jurunas e São João do Outeiro foram os que apresentaram o maior número de casos confirmados de dengue na capital paraense. Tapanã é o campeão em incidência, com sete casos confirmados. Ao todo, 53 pessoas já contraíram a doença apenas nos dois primeiros meses de 2011.
Segundo a coordenadora de saúde da Sesma, Carlene Castro, a maior incidência de dengue nesses bairros pode ser explicada pela grande quantidade de pessoas que eles abrigam. “Esses números são porque esses bairros são os mais populosos. A incidência do vetor se dá mais nos bairros mais aglomerados.
Quando maior a quantidade de pessoas, maior é a proliferação”.

No mesmo período do ano passado o Marco, que em 2011 teve cinco casos de dengue confirmados, também ficou entre os de maior incidência da doença, com 17 confirmações, seguido dos bairros de Fátima e Coqueiro, com 13 casos, e Marambaia com 11 ocorrências. Os bairros da Cremação (cinco casos confirmados em 2011) e Jurunas (três casos em 2011) tiveram um aumento de casos em relação a 2010, quando tiveram apenas três e uma ocorrências, respectivamente. Já Tapanã e São João do Outeiro não constam nos dados da Sesma de 2010.
Segundo a coordenadora de saúde, durante as ações de vigilância da secretaria em 2011, foram identificados que 39% dos casos de foco do mosquito são decorrentes dos lixos armazenados de forma incorreta. “A maioria é de lixo doméstico armazenado incorretamente a céu aberto. São os lixos de canais, terrenos baldios e quintais das casas”, pontua. Ela afirma que apenas 18% dos casos foram identificados em locais como vasos de plantas e calhas d’água.
Para a porteira Maria José Pereira, moradora do Tapanã, o lixo jogado em local errado é o principal criadouro do mosquito da dengue no bairro. “É muito lixo. Em todo lugar que tem lixo, fica água empossada. Já vieram esse ano ver onde tem foco, foram em casa dar as orientações, mas é a população mesmo que não se preocupa em jogar lixo por aí”. Ela, que assim como seu marido, contraiu a doença no ano passado, está se prevenindo para não ficar doente de novo, mas conhece quem já tenha sido infectado pela dengue neste ano. “A minha comadre já teve dengue esse ano. É comum encontrar quem já tenha tido dengue por aqui”.
PREVENÇÃO
A estudante Vanessa Kellie Lobato, também moradora do Tapanã, nunca contraiu a doença, mas afirma que a quantidade de mosquitos no local é grande. Apesar de ainda não ter recebido a visita dos agentes da Sesma, ela sabe como se prevenir contra a doença. “A minha casa fica o tempo todo trancada. Dá muito carapanã aqui. Eu só não peguei por sorte e porque uso inseticida sempre”.
Segundo Carlene, as ações de educação e vigilância do vetor são determinadas através do Levantamento de Índice Rápido (Lira), quando é feito uma classificação estatística dos criadouros mais comuns. A análise é realizada no início de cada ciclo da doença, que se dá a cada dois meses. Ela informa ainda que a intensificação das ações dos agentes para combater o vetor do mosquito acontece antes mesmo que os casos sejam confirmados.
“As ações são intensificadas a partir da notificação. Quando identificamos um caso suspeito, vamos até o bairro fazer a coleta de sangue, a vigilância epidemiológica e o controle do vetor num raio de 400 metros do local onde teve o caso suspeito. Não esperamos confirmar o caso para bloquear a transmissão”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário